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Mulheres que merecem ser honradas

Mulheres marcantes, inteligentes, perseverantes, cristãs…

Num momento em que o mundo evidencia o empoderamento da mulher e pontua como vem se destacando em diversos segmentos da sociedade, quero chamar a sua atenção para aquelas mulheres que, ao longo da história, semelhantemente se destacaram por servirem a Deus com seus “bens” – dons, talentos, tempo e todo tipo de recursos.

Podemos vê-las atuantes e servindo com amor, desde os tempos do Antigo Testamento, passando pela época de Jesus, até os dias atuais. Mulheres que ouviram a Deus e, a partir de suas vivências, defenderam a fé cristã, lutaram em prol do Reino de Deus e espalharam o amor de Jesus a despeito de qualquer dificuldade ou discriminação. Precisamos relembrar a importância que elas tiveram na construção da história do Cristianismo.

Muitas dessas mulheres, apesar de todos os desafios, compartilharam a mensagem do Reino com graça, e porque não dizer, com muita ousadia. A exemplo daquela mulher samaritana que tendo recebido do próprio Senhor Jesus uma das mais lindas revelações sobre o Pai, imediatamente saiu a compartilhar com toda a cidade. Como não “gritar” isso para o mundo?! Mulheres revolucionárias para o seu tempo, que até hoje nos inspiram e nos motivam a buscar nosso particular protagonismo na história.

Minha proposta é que, neste Dia Internacional das Mulheres, não incorramos no erro de destacar tão somente mulheres que fizeram a diferença em suas profissões – seja na política, economia, cultura, esporte, literatura etc. – mas de igual modo, tenhamos um olhar para mulheres que desenvolveram uma teologia marcada por um profundo relacionamento com Deus. Lembre-se- se também de mulheres cristãs, virtuosas, que foram excepcionais como mães, como filhas, esposas, cuidadoras, educadoras, gestoras de recursos, e deixaram um legado de amor incondicional.

Olhe para dentro da sua casa, da sua família, da sua igreja e observe as mulheres que lá estão. Tão presentes! Como são colunas de sustentação, de acolhimento, instrumentos de formação e educação de crianças e jovens, intercessoras incansáveis. Mulheres que devem ser enaltecidas pelos seus esposos e filhos, por seus líderes, por todos nós! Mulheres que merecem ser honradas elogiadas por seus feitos – Deem a ela o que merece por tudo o que faz, e que seja elogiada por todos (Pv 31: 31 NTLH)

Ainda, para celebrar o Dia Internacional da Mulher, selecionei cinco mulheres marcantes (da muitas que existem); cinco histórias de mulheres que impactaram suas gerações e até hoje são exemplos para nós. Inspire-se!

Ester / Hadassa (470 e 486 a.C)

O povo de Israel estava sob o jugo da Pérsia, sofrendo forte ameaça de destruição, até que surge alguém para mudar essa história. Uma mulher escolhida por Deus! Entre as belas moças levadas ao palácio do rei Assuero, Ester se destacava. Venceu o concurso de beleza que tinha o objetivo de encontrar uma nova rainha para o império.

Contudo, não era só a beleza daquela jovem judia que chamava a atenção, Ester era sensível, temente a Deus, corajosa e cheia de sabedoria. Ela impressionou o guardião do palácio e claro, principalmente o rei que a escolheu para ser a nova rainha da Pérsia.

Naquele tempo, um decreto político ordenou a destruição do povo. Foi nesse contexto e lugar, que sua fé em Deus foi colocada à prova. Ester, porém não recuou, se posicionou como uma guerreira espiritual, jejuou, intercedeu junto ao rei mesmo temendo por sua vida e, planejou, com maestria, um plano contra os inimigos. Ela foi vitoriosa! O povo venceu!

Ela entendeu a exortação de seu primo Mardoqueu e que Deus a tinha colocado naquele tempo e lugar com um propósito – Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha. Ester 4:14. A sua história de fé e coragem está relatada no livro bíblico que leva seu nome, Ester.

E por conta desse episódio, o povo judeu, celebra até hoje com uma festa denominada “Festa de Purim.”

Dorcas (cerca de 62 d.C.)

Pouco se sabe da história desta mulher chamada Dorcas (traduzido da palavra aramaica Tabita, que significa “gazela”, um terno nome feminino usado entre gregos e judeus), mas, o suficiente para observar o caráter cristão e a relevância de suas obras.

No texto bíblico ela é chamada também de discípula, ou seja, alguém fiel à Jesus e aos ensinamentos dos apóstolos. Dorcas era notável pelas boas obras e esmolas que fazia, cuidando dos pobres com muita compaixão na região de Jope (cidade onde morava). Ela confeccionava túnicas e outras peças de vestuário para as viúvas.

Um certo dia, tomada por uma enfermidade, Dorcas faleceu, e sua morte causou grande comoção entre as pessoas de Jope. A Bíblia diz que as mulheres rodeavam e mostravam suas roupas, para evidenciar o que ela fazia. Não se sabe qual a sua idade, mas é possível considerar o quão marcante ela foi, impactando todos ao seu redor com seus dons, e principalmente, com seu amor.

Devido à sua importância, sua partida era uma grande perda. E, por isso foram buscar o apóstolo Pedro. Quem sabe ele poderia consolar o povo… Pedro fez muito mais. Ele orou e ela voltou à vida, aleluia!!!

Dorcas foi a protagonista da primeira ressureição promovida pelos discípulos registrada no Novo testamento e sua história contada no livro de Atos capítulo 9, onde é possível ler o seguinte: E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor. (vs.42)

Catarina Von Bora Lutero (1499- 1552)

Katie, como era carinhosamente chamada por Martinho Lutero, seu esposo, foi deixada em um internado por seu pai, com apenas cinco anos de idade. Era uma prática comum, naquela época, principalmente por fatores econômicos encaminhar as filhas para servirem como “esposas devotadas de Cristo”. Lá viveu boa parte de sua vida até que, ouvindo a pregação do grande reformador, ela e outras irmãs planejaram uma fuga em massa do convento.

Lutero, se tornou uma referência para Catarina experienciar a mensagem poderosa que culminou com a Reforma Protestante: “o justo viverá pela fé”. Foi aí que ela, de fato se abriu para um relacionamento verdadeiro com Deus e também para o amor, tornando-se esposa e mãe.

Conhecida por sua hospitalidade e cuidado com as pessoas, além de ser boa cozinheira, Katie briu as portas da sua casa para receber outros sacerdotes, freiras e monges, que como ela e Lutero se tornavam novos cristãos reformados. Administrou os bens e o dinheiro da família, apoiando o seu marido em tudo e até mesmo influenciando em sua teologia.

Para alguns pesquisadores, sem ela, Lutero não teria conseguido levar a Reforma adiante como fez, por isso, já foi considerada a “a dama da Reforma Protestante”. Mas, foi o próprio Lutero quem teceu os maiores elogios à especial Catarina. Sobre sua vida ao lado da esposa, ele disse: ‘’A vida de casado é um paraíso, mesmo onde tudo o mais esteja em falta.’’

Catherine Mumford em Ashbourne (1829-1890)

Nascida na Inglaterra, Catherine foi encorajada por sua mãe a estudar o livro que ela considerava a suprema fonte de sabedoria, a Bíblia. Com 5 anos de idade, ao lado da mãe, já ficava atenta para ouvir e receber as primeiras lições desse livro especial. Antes de completar 12 anos, ela tinha lido a Bíblia de capa a capa oito vezes, além de ser uma cristã comprometida com a oração.

Mas, essa menina ávida pelo conhecimento divino, não se deixou limitar por uma enfermidade na coluna que a obrigou deixar a escola aos 14 anos. Ainda assim, estudou teologia, história, geografia, filosofia e, se tornou uma grande pregadora em seu país.

Em 1855, se casou com William Booth e, logo na primeira quinzena do casamento, os dois colocaram o Reino de Deus acima de seus próprios interesses pessoais e saíram para pregar e orar pelos necessitados. Podiam ser vistos constantemente pelas ruas oferecendo assistência aos pobres da cidade e convidando-os para o culto.

Eles tiveram oito filhos, e a exemplo de sua mãe, Catherine os incentivou desde a infância para o ministério de Deus. Sempre juntos na missão, a família foi para os Estados Unidos para realizar o mesmo o mesmo trabalho, fundando o Exército de Salvação em 1878 que hoje está presente em mais de 90 países. Que mulher admirável, mesmo frágil, cuidando de oito filhos, dedicou-se a mudar a sua realidade e a de muitos ao seu redor, no seu tempo e além dele.

Concluindo…

Ah e a número cinco?

É você!!

Escreva sua própria história e seja parte deste rol de mulheres abençoadas por Deus.

Deixo um pensamento de Nancy Leigh DeMoss, do seu livro “Mulher Cristã – Repensando o papel da mulher à luz da Bíblia” ( Vida Nova, 2012). Nancy é preletora de programas evangélicos transmitidos por cerca de mil estações de rádios americanas. Desde 1979, faz parte de Life Action Ministries, uma organização que promove conferências sobre fortalecimento da igreja e evangelização dos perdidos. Em conferências e retiros, Nancy tem partilhado seu interesse pelo avivamento pessoal e coletivo. É autora de vários livros cristãos.

Deus é glorificado por intermédio de mulheres de coração agradecido, confiantes, obedientes, compassivas, mulheres que sejam servas, virtuosas, alegres e femininas, que reflitam para a sociedade o coração e o caráter do próprio Senhor Jesus. Se formos cheias do Espírito, irradiaremos sua beleza e traremos credibilidade ao evangelho. Nancy Leigh DeMoss

Monica Carvalho Costa é pastora na Igreja Presbiteriana Independente em Cambé PR, teóloga, graduada e pós-graduada na Faculdade Teológica Sul Americana, jornalista e profissional da comunicação.

Publicado originalmente no Blog da Faculdade Teológica Sul Americana>>

Mônica Carvalho Costa – jornalista, profissional da área de comunicação e líder cristã.

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