Uma história de amor e perseverança
Em janeiro, meu filho completou mais um ano de vida, na verdade já são 19 anos. Ah! Quanto sou grata a Deus pela vida dele, por ser esse presente tão maravilhoso do Pai para nós.
Lembrei-me daqueles dias difíceis, toda a gestação dentro de um hospital. Sete meses de luta, mas de também de esperança. No dia da alta, depois de dois meses na UTI, a alegria era incontestável, apesar do medo de carregar aquele bem tão precioso. Naquele dia nevava em Nagoya -JP, ele estava todo embrulhadinho no cobertor azul como céu e cheio de pequenas nuvens brancas, tinha os olhinhos fitos em mim. Era como se dissesse: vai ficar tudo bem, mamãe!
Lembrei-me de um texto que escrevi algum tempo depois, revelando minha dor, mas principalmente minha força, minha perseverança, minha confiança de que Deus havia cuidado e continuaria cuidando de mim. Eu compartilho com vocês, na expectativa de que possa te encorajar a perseverar, seja qual for a sua luta.
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É continuar a ser ou ficar…
Perseverança, essa é a palavra que resume o meu ano que se passou.
Perseverar é não desistir. É conservar-se firme e constante. Permanecer sem mudar de intento. É continuar a ser ou ficar…
Embora eu desejasse muito que as coisas mudassem, que os dias passassem rapidamente, eu tinha que perseverar. Embora eu pensasse muitas vezes em mudar de planos e até me sentisse quase a ponto de desistir, eu tinha que permanecer firme, eu tinha que ficar e continuar…
Eu devia continuar ali, quase imóvel, deitada naquele leito de hospital, atada as agulhas que levavam remédios às minhas veias 24 horas por dia, comendo o que não gosto, pouco e sem sal… Eu devia permanecer firme, mesmo com dores intensas por todo meu corpo, mesmo que minhas mãos não conseguissem segurar a colher para comer, mesmo que minha cabeça latejasse e meus olhos queimassem como fogo, ou que meu nariz sangrasse e mesmo que eu tivesse que depender de alguém para me lavar, eu não podia desistir.
Eu não podia desistir da minha herança. Ainda que os médicos não acreditassem que eu poderia chegar até o fim, ainda que os remédios atacassem meu fígado e colocassem em risco o meu coração… Ainda que eu não conseguisse entender tudo ou sequer expressar o que realmente sentia por causa dessa língua difícil que é o japonês…eu tinha que perseverar.
Eu desejava este filho mais que qualquer outra coisa preciosa que nesse mundo há. Ele era a realização do sonho. O presente de aniversário que o Laercio pediu a Deus. A peça que faltava para completar o quebra-cabeça da nossa vida. O filho da promessa, o galardão dado por Deus. Eu não podia desistir de ter o meu terceiro filho, quando os dois primeiros já haviam partido para a glória.
Seu eu desistisse, eu não contaria os milagres
Se eu desistisse, se eu fugisse, se eu esmorecesse… eu não triunfaria. Eu não veria a glória de Deus se manifestar na minha vida, eu não teria contemplado Sua mão poderosa me sustentando, eu não cresceria na intimidade com o Espírito Santo, eu não descobriria quem são de fato os meus amigos, eu não me sentiria tão amada pelos irmãos em Cristo, eu não teria recebido tanto carinho, tanta demonstração de afeto, tantas mensagens inspiradoras, tantos presentes…
Se eu tivesse desistido, eu não ouviria o chorinho do Daniel Kin, eu não tocaria as suas mãos feito porcelana, eu não beijaria sua face meiga, eu não sentiria o seu calor em meus braços… Ah, seu eu mudasse de planos e não lutasse para chegar até a 35ª semana, eu não ouviria do médico que ele era um menino forte e, por isso, não precisaria daqueles aparatos da uti neonatal, eu não teria levado ele para casa no dia da minha alta, eu não choraria de alegria e por fim, eu não contaria os milagres que Deus fez enquanto eu cruzava esse deserto.
Perseverança foi a palavra-chave. E a fé? Essa nós temos tão pouco, não é mesmo?! Menos que um grão de mostarda… No entanto, quero te encorajar, ainda que a sua fé seja bem pequenininha, se perseverar nela, você vai chegar longe e assim como eu, vai alcançar os seus alvos, vai realizar os seus sonhos. Não desista, mesmo que as circunstâncias estejam contrárias e as montanhas pareçam impossíveis de serem removidas. Busque a força de que necessita para enfrentá-las em Deus, o Todo-Poderoso.
Confie nas Suas promessas e continue firme. Persevere e depois… me conte a vitória!
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Mônica Carvalho Costa – jornalista, profissional da área de comunicação e líder cristã.
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