Reflexão

Cuidado com o buraco da insatisfação

No Japão, mais de três mil suicídios são contabilizados todos os anos, a maioria de jovens. Entre as principais causas estão as dificuldades financeiras, as doenças incuráveis e os problemas de ordem emocional, como frustração amorosa e dificuldades nos relacionamentos. Na verdade, tudo isso se resume a uma só palavra: insatisfação. Diante de uma situação de profunda dor, o indivíduo não consegue se contentar com mais nada.

Quando lemos Jonas capítulo 4, encontramos um homem emocionalmente afligido e desejando a morte. O fato “das coisas” não terem saído exatamente como gostaria deixou ele irado e insatisfeito. Jonas reflete o retrato de muita gente nos dias atuais. Pessoas que olham à sua volta e não se contentam com o que vê, com o que tem, com o que é, e aos poucos são engolidas pelo buraco da insatisfação.

O buraco da insatisfação não tem fundo nem fim. Vai consumindo tudo, engolindo a vida como terra movediça.

Insatisfeitos consigo mesmos, física e socialmente; insatisfeitos com os outros, porque as pessoas não correspondem às suas expectativas; insatisfeitos com Deus, como Jonas que esperava uma decisão divina de acordo com sua justiça terrena; insatisfeitos com a vida, já que nada parece trazer-lhe mais alegria. O buraco da insatisfação não tem fundo nem fim. Vai consumindo tudo, engolindo a vida como terra movediça. Muitas vezes, antes que se perceba, a pessoa afundada em lamentações entra em depressão, em desejo de morte.

Com certeza você conhece pessoas que não se contentam com um dia ensolarado nem com a chuva molhando a terra. Murmura sobre o tempo, sobre o trânsito, sobre o trabalho, sobre o chefe, o salário, o cônjuge, os filhos, a igreja, sobre os irmãos, sobre o pastor, etc., etc. Nada o satisfaz. As estatísticas dizem que mais de 60% das pessoas passam seus dias com a “cara amarrada”, com aquele sorriso de boca pra baixo. Que triste!

Talvez as suas lamentações pudessem preencher mais do que os cinco capítulos do livro de Jeremias. Talvez elas não coubessem numa enciclopédia de lengalengas de desgraças. Estou exagerando? Mas, é assim que a maioria das pessoas tem se expressado; com um profundo desgosto pela vida que levam. Estresse, depressão… A profunda tristeza que abate homens e mulheres, crianças, jovens e velhos, encontra muitos diagnósticos na psicologia moderna.

Mas, não é assim que Deus espera que vivamos. E ainda que seja essa a sua situação, Deus pode e deseja mudá-la. Jesus afirmou que Ele é o pão da vida e quem Dele comer e beber, jamais terá fome ou sede. Na Bíblia lemos a promessa de que “o SENHOR te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam” (Isaías 58 : 11).

O apóstolo Paulo entendeu que a graça de Deus era suficiente. Era tudo que Ele precisava e por isso, aprendeu a agradecer e a glorificar a Deus em todas as situações. Quer sair desse buraco que está te levando à morte espiritual? Viva uma vida de gratidão a Deus. “Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.” (I Timóteo 6 : 8). “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios ” (Salmos 103 : 2).

Mônica Carvalho Costa – jornalista, profissional da área de comunicação e líder cristã.
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